1º capítulo
O rádio soou distante. Vinda do escuro uma música tocava. Em poucos segundos ganhei consciência suficiente para levantar o braço e dar um encontrão no rádio-despertador.
Algures na réstia de consciência sorri com um sonho. Voltei a mergulhar no escuro.
Grande invenção estes rádios que voltam a tocar alguns minutos depois de serem desligados, salvam-me sempre de muitos atrasos, ainda que me roubem muitos sonhos.
À terceira já me encontrava quase consciente, mas a preguiça ainda me impedia de levantar. Estiquei um braço para fora do edredão, pareceu-me frio lá fora, mas não muito. Um simples arrepio, devido à diferença de temperatura. Que quentinho estava lá dentro e lentamente a cabeça começou a emergir do amontoado de roupa azul sobre a cama.
O escuro deu lugar à luz, cada vez mais forte e insuportável. Os olhos mantinham-se fechados.
Sempre a mesma coisa! - Pensei, ainda com dificuldade e arrastei-me para a casa de banho. Abri a tampa da sanita e aliviei a bexiga. - AAAAH! - A claridade ainda me incomodava e foi de olhos fechados que cheguei ao lavatório. Duas mãos cheias de água fria afuguentaram o resto de sonolência que restava.
Antes de entar no banho tive de fechar um bocado a persiana, a luminosidade continuava a incomodar-me. Era um dia no início da primavera muito radioso e tinha estado sempre com os olhos semicerrados.
Depois de me vestir e enfiar um iogurte pela boca, comecei a descer as escadas do prédio, sempre a pensar na claridade que ainda não me deixava abrir completamente os olhos. Pensei que podia estar doente até sair porta fora.
Na rua a luz incomodava mesmo com os óculos escuros e reparei nas outras pessoas cabisbaixas, algumas com a mão a tentar proteger os olhos da luz. - Não, não estava doente. A não ser que fosse uma epidemia.
Chegar ao carro foi difícil e conduzir ainda mais. Reparei pelo caminho num número, anormal, de acidentes, causados, sem dúvida, pela luz excessiva daquele dia.
Algures na réstia de consciência sorri com um sonho. Voltei a mergulhar no escuro.
Grande invenção estes rádios que voltam a tocar alguns minutos depois de serem desligados, salvam-me sempre de muitos atrasos, ainda que me roubem muitos sonhos.
À terceira já me encontrava quase consciente, mas a preguiça ainda me impedia de levantar. Estiquei um braço para fora do edredão, pareceu-me frio lá fora, mas não muito. Um simples arrepio, devido à diferença de temperatura. Que quentinho estava lá dentro e lentamente a cabeça começou a emergir do amontoado de roupa azul sobre a cama.
O escuro deu lugar à luz, cada vez mais forte e insuportável. Os olhos mantinham-se fechados.
Sempre a mesma coisa! - Pensei, ainda com dificuldade e arrastei-me para a casa de banho. Abri a tampa da sanita e aliviei a bexiga. - AAAAH! - A claridade ainda me incomodava e foi de olhos fechados que cheguei ao lavatório. Duas mãos cheias de água fria afuguentaram o resto de sonolência que restava.
Antes de entar no banho tive de fechar um bocado a persiana, a luminosidade continuava a incomodar-me. Era um dia no início da primavera muito radioso e tinha estado sempre com os olhos semicerrados.
Depois de me vestir e enfiar um iogurte pela boca, comecei a descer as escadas do prédio, sempre a pensar na claridade que ainda não me deixava abrir completamente os olhos. Pensei que podia estar doente até sair porta fora.
Na rua a luz incomodava mesmo com os óculos escuros e reparei nas outras pessoas cabisbaixas, algumas com a mão a tentar proteger os olhos da luz. - Não, não estava doente. A não ser que fosse uma epidemia.
Chegar ao carro foi difícil e conduzir ainda mais. Reparei pelo caminho num número, anormal, de acidentes, causados, sem dúvida, pela luz excessiva daquele dia.
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